Trombofilia

Autora: Marina Colella

Data: 26/03/2024

Como é feito o diagnóstico de uma trombofilia hereditária?

Trombofilias hereditárias são condições genéticas que fazem com que uma pessoa tenha um risco aumentado de sofrer tromboembolismo venoso, incluindo a trombose venosa profunda (TVP) de membros inferiores, o tromboembolismo pulmonar (TEP) e tromboses de sítios incomuns como a trombose cerebral e abdominal.

O que significa trombofilia?

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Quando suspeitar de uma trombofilia hereditária?

Na população geral a idade mediana para ocorrência da primeira trombose é ao redor dos 60-65 anos de idade. Então o primeiro fator que nos leva a suspeitar de uma trombofilia hereditária é quando uma pessoa tem uma trombose em idade jovem, antes dos 40-50 anos de idade.

A história familiar também é um dado clínico muito importante na avaliação de uma suspeita de trombofilia hereditária. Uma pessoa que tenha mais de um parente de primeiro grau com história de ter tido trombose em idade jovem (antes dos 50 anos de idade) é alguém com uma chance maior de ter este diagnóstico.

Quadros trombóticos mais graves, como tromboses repetidas ou tromboses em locais incomuns como as tromboses cerebrais ou dos vasos intra-abdominais, são situações que nos levam a considerar a hipótese de uma trombofilia.

Quais são as trombofilias hereditárias mais importantes?

Existem diversas alterações sendo descritas como formas de trombofilias hereditárias, mas as que tem uma associação mais clara e certa com o aumento do risco trombótico são as seguintes:

  1. Fator V de Leiden
  2. Mutação no gene da protrombina
  3. Deficiência de antitrombina
  4. Deficiência de proteína C
  5. Deficiência de proteína S

tabela

Diagnóstico

O diagnóstico das trombofilias hereditárias e adquiridas é feito através de exames laboratoriais específicos:

  1. Fator V de Leiden: pesquisa da mutação no DNA por reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real. O resultado normal é não ter a presença da mutação. O indivíduo portador pode ter o gene alterado de forma heterozigota (o indivíduo tem um gene normal e um gene com a alteração) ou homozigota (ambos os genes são alterados). Também pode ser feito um teste chamado resistência a proteína C ativada que é um teste inicial, indicando a possibilidade de ter a mutação. Ele precisa ser confirmado pelo teste de DNA de pesquisa da mutação.
  2. Mutação do gene da protrombina: pesquisa da mutação no DNA por reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real. O resultado normal é não ter a presença da mutação. O indivíduo portador pode ter o gene alterado de forma heterozigota (o indivíduo tem um gene normal e um gene com a alteração) ou homozigota (ambos os genes são alterados).
  3. Deficiência de antitrombina (AT): existem mais de 200 mutações possíveis causadoras da deficiência da AT, sendo assim, o diagnóstico não é feito por pesquisa da mutação no DNA. Precisa ser feita a dosagem da atividade da AT, sendo que os testes mais precisos são os testes funcionais cromogênicos.
  4. Deficiência de proteína C (PC):  são descritas mais de 160 mutações no gene da proteína C (PROC). O diagnóstico deve ser feito através da dosagem da atividade da PC, com teste funcional cromogênico.
  5. Deficiência de proteína S (PS):  são descritas mais de 130 mutações no gene da proteína S (PROS1). O diagnóstico deve ser feito através da dosagem da atividade da PS, com teste funcional cromogênico. É importante que seja dosada a atividade da proteína S livre, que é a forma ativa deste anticoagulante.

Momento da investigação do diagnóstico

É muito importante que o diagnóstico de uma trombofilia hereditária seja feita de forma cuidadosa. Os exames genéticos do diagnóstico do fator V de Leiden e da mutação do gene da protrombina não sofrem interferências importantes, mas os testes para dosagem dos anticoagulantes naturais sofrem diversas interferências. Eles não devem ser coletados no período próximo a ocorrência do evento trombótico, devendo-se esperar pelo menos três meses para realizar a coleta. Além disso, existem muitas condições clínicas que podem afetar o resultado, como a doença hepática crônica, síndrome nefrótica, sepse, entre outros.  Alguns medicamentos podem interferir com estes resultados, sendo necessária a suspensão deles por períodos variados (dependendo do medicamento) para ser feita a coleta.

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